Já estou conseguindo controlar melhor minha respiração. Não me sufoco mais quando entro nesse bosque. Mata fechada, árvores milenares dominando o entorno. Conheço muito bem esse lugar.
Todas as vezes que passo por esses lados ouço as músicas e os cantos. Acordes dedilhados em guitarras barrocas e assoprados em flautas de ébano. Sorrisos e refrões marcantes.
Insetos rodopiam ao redor das tochas de fogo. Animais peçonhentos agitados pelo calor. Maldita serpente que ainda procura meu ponto fraco.
Como é bom ficar aqui. Distante de tudo, participando de tudo. A música no bosque me trás paz. A dança e os sorrisos, tudo envolvendo como uma calma brisa. Recomponho minhas forças, minha energia.
É hora de sair. É hora de sobreviver novamente. É hora de esquecer cantos e sorrisos. Esquecer vidas passivas sub-protegidas no meio desse bosque. O cheiro de sangue, as pupilas dilatadas. O fôlego de vida novamente.
Ainda não achei o balcão de informações. Ainda corro dos insetos. Ainda ouço a outra música.
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