terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

a loucura dos sentimentos inexistentes

Desenho seu rosto, cada traço sutil, curvilíneo, delicado. Como a pedir à própria lua que lhe ilumine ressaltando ainda mais a beleza descrita em luz e sombra.

Desenho seu olhos, janela de sua alma. Janela pela qual enxergo o paraíso em paz.

Sinto o perfume em seu cabelo. Lembro-me de quando passava horas contadas como por minutos sentindo esse mesmo perfume.

Estou construindo para nós um castelo de areia, cujo alicerce se firma sobre uma lâmina d’água.

Direcionei todas as janelas para o Oeste. Não contaremos os dias que se iniciam, mas apenas os dias que se findam.

Já venho construindo esse castelo há um bom tempo, mas quando a construção avança e passo para o segundo pavimento, o primeiro pavimento se desfaz sobre a lâmina d’água. Não vou desistir.

Você merece o melhor. Guardarei em cera a felicidade, e viveremos para sempre em nossa morada.

Vou plantar um jardim, para deslumbre de seus olhos. Um jardim com flores vermelhas na cor do seu sangue.

Você ficará bem.

Não se preocupe. Tudo ficará bem.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Acordar desligar levantar lavar vestir abrir sair

fechar destravar ligar acelerar tirar chegar travar ligar digitar calcular projetar corrigir trabalhar sair trancar comer sair voltar digitar calcular projetar corrigir trabalhar

encerrar desligar levantar sair trancar

destravar ligar

acelerar chegar travar pedir beber levantar pagar destravar ligar acelerar estacionar fechar

travar abrir

entrar ligar escrever trabalhar desligar dormir. Avaliar e descobrir que tanto fiz, mas o que não fiz foi

pensar.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Paciência - Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida é tão rara...

A vida é tão rara...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mudanças e prosseguimento


Há de se notar que arranquei meus olhos.

Há de se notar que costurei minha boca.

Ando por esses mundos seguindo apenas minha mente e o que foi guardado nela.
Decidi trilhar todos os caminhos ao mesmo tempo. Decidi não ficar parado. Ouvi os conselhos dos sábios, li os livros que estavam fechados, bebi do cálice e vi o que anteriormente não era visto. Decidi mudar.

Sigo minha mente na loucura poética que me embriaga. Monto, faço, corrijo e detalho meus sonhos. Canto músicas; reescrevo refrões.


Pensaria em mil coisas para dizer, se tais mil valessem para algo. Gostaria de deixar algo, mas sinto que não é mais preciso (talvez nunca tenha sido). O que se fingiu sábio agora deve calar e ouvir. Tudo se acertou e todos os enigmas foram revelados.

Tenho orgulho e me sinto bem.

Não por mérito de outros, mas pelo seu próprio mérito alcançou todos os outros mundos que desejava alcançar.


Há de se notar que agora não é mais preciso olhar nem falar.