sábado, 31 de dezembro de 2011

I am mine - Pearl Jam


The selfish, they're all standing in line
Faithing and hoping to buy themselves time
Me, I figure as each breath goes by
I only own my mind

The North is to South what the clock is to time
There's east and there's west and there's everywhere life
I know I was born and I know that I'll die
The in between is mine
I am mine

And the feelings, it gets left behind
All the innocence lost at one time
Significant, behind the eyes
There's no need to hide...
We're safe tonight

The ocean is full 'cause everyone's crying
The full moon is looking for friends at high tide
The sorrow grows bigger when the sorrow's denied
I only know my mind
I am mine

And the feelings, it gets left behind
All the innocents lots at one time
Significant, between the lines
There's no need to hide,
We're safe tonight

And the feelings that get left behind
All the innocence broken with lies
Significance, behind the eyes
We may need to hide

And the meanings that get left behind
All the innocents lost at one time
We're all different behind the eyes
There's no need to hide

domingo, 11 de dezembro de 2011

Não Mais - Pato Fu


Vou parar ficar aqui
Não olhar ver você assim
Não vou morrer
Não vou matar
Nem sorrir muito menos vou chorar
Por você, por ninguém
Por você por ninguém nem por mim.

Deixa estar que tal mentir
E guardar o melhor pra mim
Não vou morrer nem sequer me abalar
Nem sorrir nem ao menos vou chorar
Quando você não mais, não mais.

Não vou morrer, nem sequer me abalar
Nem sorrir, nem ao menos vou chorar
Mas acredite, meu coração ainda sabe fingir
Por alguém que é ninguém, que é ninguém
Por alguém que é ninguém pra mim.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Festa

Saiu naquela noite, como de costume, por volta da virada da noite. Caminhou pela cidade a fim de saciar sua sede e tensão. Ao entrar naquela rua foi levado sem perceber a um portão que lhe chamou atenção.

De grades trabalhadas, pintura preta muito antiga já com décadas estampadas na ferrugem. Meio firme meio solto, havia perdido o chumbador superior e se postava apenas apoiado. Nada convidativo, pelo contrário, intimidava. Não o notaria se não fosse pela luz no interior daquela casa. Como a se parecer ornamentação, era extremamente elegante como a claridade da luz se entrelaçava pelas grades daquele portão.

Procurou pelo porteiro, mas não havia ninguém para atendê-lo. Entrou. Com cuidado passou e postou o portão novamente no lugar para que não acabasse de cair. Caminhando em direção a porta pode perceber que uma música começava a se fazer presente, porém um som muito baixo. Estranho, mas uma festa acontecia no interior daquela casa. Como um anfitrião não cuida da entrada da festa? Como manteve tão acabado o portão de entrada sem se importar? Não é de se saber que os convidados sempre entram pela passagem de maior beleza e requinte?

Ao entrar na casa deparou-se com um grande número de pessoas dançando ao som da música. A banda tocava mais ao fundo do salão, e no canto esquerdo havia uma mesa com o banquete posto. Muitos também se punham nos cantos dos ambientes, em casais, em grupos. Seria uma festa como outra qualquer se não fosse pela ausência de luz. Apenas a luz posta próximo ao portão, nenhuma outra luz.

Acendeu seu isqueiro para clarear o ambiente; não devia ter feito isso. A luz irritou todos da festa. Foi aí que pôde perceber a aparência dos que estavam naquela festa. Possuíam uma feição plástica, com boca, nariz e ouvidos tampados. Pele deformada deixando os olhos quase fechados. Olhos negros. Todos sangravam, e discretamente limpavam as feridas por todo corpo. Todos possuíam seus corpos lisos, sem pêlos, nem mesmo cabelo na cabeça. Viu, também, que o banquete estava podre. As taças quebradas. A banda não tocava seus instrumentos e nem cantava. Ficou intrigado em não saber como ele ainda conseguia ouvir a música.

Assustado voltou-se pela porta que acabara de entrar. Correu para a parte frontal da casa e passou pelo portão vendo se alguém o seguia. Na pressa puxou o portão com muita força e pôs-se para fora da casa deixando o portão caído no chão.

Ao chegar ao outro lado da rua olhou novamente para trás. Assustou-se ainda mais com o que acabara de presenciar, pois, no lugar do portão velho enferrujado, havia um portão novo, muito bem pintado, muito bonito. Dois seguranças estavam postos próximo ao portão controlando quem entrava. Uma grande fila se fazia na calçada. Mulheres e homens todos muito bem vestidos e sorridentes, e um a um entrava para aquela festa. A casa estava muito bem decorada, com luzes adornando todos os cantos. Via-se luz no interior da casa e ouvia-se a alegria dos que participavam da festa. Ninguém havia notado sua presença.

Saiu daquela rua as pressas sem saber o que acabara de presenciar. E aquela festa ainda o intriga até hoje.

domingo, 2 de outubro de 2011

a queda

Ok. Obtenha o controle da situação. Acalme-se, respire. Veja onde está e se está sozinho. Acalme-se...

Acho que minhas pernas estão quebradas. Cai em um buraco muito profundo. Não consigo ver nada. A escuridão toma conta do lugar. Devo ter quebrado alguma costela também. Comprimem meus pulmões e sinto dificuldade de respirar.

Tenho que sair daqui... Mas não é hora de tentar nada. Estou fraco. Quase nenhuma energia. Seria em vão tentar algo agora. Melhor aquietar e ganhar forças.

A escuridão privou sua visão. Aguce os outros sentidos. Cheiro de terra úmida. Sons de insetos. Os sons ficam cada vez mais altos. A sobrevivência tornou-se uma meta. Torne-se um animal novamente.

Ganhe forças. Por que caí? Ganhe forças. Por que estou aqui? Sempre respondeu meus questionamentos, e agora parece tão distante. Realmente me afastei tanto assim? Sempre cuidou de mim, e agora já não tenho mais essa certeza.

Preciso pensar. Lembro do teatro lúdico. Tento entender as entrelinhas. Não tenho tempo para questionamentos. Tenho que concentrar. Lembro da companhia. O que ela sussurrava no canto do quarto? Maldito álcool que me entorpeceu! Não consigo lembrar!

Pelo que parece vou passar algum tempo aqui. Estou sozinho e tenho que ter forças para sair. Melhor me tratar primeiro. A terra fria ajudará curar minhas pernas. Os vermes estimularão a circulação sanguínea. Tenho que me adaptar em arriscada calmaria. Torne-se um animal novamente.

Somente você. Não espere ajuda. Não ouvem sua voz. Não se lembram de você. Você caiu em um tempo diferente ao que vivem.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Strange Days - The Doors

Strange days have found us.
Strange days have tracked us down.
They're going to destroy
Our casual joys.
We shall go on playing or find another town.
Yeah!

Strange eyes fill strange rooms.
Voices will signal their tired end.
The hostess is grinning.
Her guests sleep from sinning.
Hear me talk of sin and you know this is it.
Yeah!

Strange days have found us
And through their strange hours
We linger alone,
Bodies confused, memories misused,
As we run from the day
To a strange night of stone.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

In Between Days - The Cure

Yesterday I got so old
I felt like I could die
Yesterday I got so old
It made me want to cry

Go on go on
Just walk away
Go on go on
Your choice is made
Go on go on
And disappear
Go on go on
Away from here

And know I was wrong
When I said it was true
That couldn't be me
and be her in between

without you
Without you

Yesterday I got so scared
I shivered like a child
Yesterday away from you
It froze me deep inside

Come back come back
Don't walk away
Come back come back
Come back today
Come back come back
Why can't you see?
Come back come back
Come back to me

And I know I was wrong
When i said it was true
That it couldn't be me
and be her in between

without you
Without you

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Esperança

E se punha em pé logo no início do dia, quando o sol ainda decidia nascer ou não. Caminhava de forma apressada para a varanda da frente de sua casa e fixava seus olhos esperançosos no horizonte, bem no fim da estrada, tentando ver alem do que suas vistas cansadas o permitiam. Apresentava, sem notar, um sorriso discreto e uma inspirada como a encher os pulmões preparando-os para um forte grito de alegria. Ficava ali focado, sem respirar, sem se mexer, por breves e longos segundos. Depois de um tempo percebia que não havia movimentação alguma, nada diferente em relação às últimas décadas. Ninguém chegando. Ela não estava voltando pra casa. Um ar frio cobria seu corpo. Um suspiro. Depois disso se voltava para dentro da casa.

Já havia perdido a conta de quantos dias, semanas, anos ou décadas repetia a mesma rotina. Não sabia mais como ela estava, mas tinha certeza e uma perfeita visão de como ela era. Lembrava até do perfume que usava.

Diziam que a Loucura havia se apoderado daquele homem.

O interessante é que em todas as vezes, literalmente em todas as vezes, quando via que ela não vinha e se voltava para dentro da casa, o homem nunca hesitava em parar e olhar uma segunda vez para o fim da estrada. E sempre sorria novamente.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

retas paralelas se encontram no infinito

Desde cedo aprendemos que retas paralelas são aquelas que não se encontram nunca. Bom, nunca é um exagero aqui – ao contrário do medo que os filósofos e matemáticos gregos alimentavam pelo infinito, com sua matemática baseada quase unicamente em geometria, a introdução da Análise Matemática moderna, logo depois da invenção do Cálculo Diferencial e Integral de Newton e Leibniz, fez com que esta abstração não numérica ganhasse destaque para resolver problemas bem terrenos.

Alguns de nós, mais tarde, descobrimos com deslumbre que sim, retas paralelas se encontram – no infinito, aliás. Bom, onde é o infinito? Só posso adiantar que o infinito não é um número, e sim uma abstração. Se tivermos certa quantidade sendo analisada em determinado problema, podemos assumir grosseiramente que o infinito é aquilo que é muito maior que qualquer destas quantidades. Isto nos permite calcular limites e obter resultados analíticos.

O meu interesse aqui é fazer uma demonstração geométrica não formal para provar que sim, retas paralelas encontram-se no infinito. Mas façamos pelo caminho inverso.

Comecemos com duas retas concorrentes, de equações explícitas f(x) e g(x). Pra quem não sabe, estas equações são descritas da seguinte forma:

Estas retas são necessariamente simétricas em relação ao eixo x, quer dizer, f(x) cruza o eixo y em y1 e g(x) cruza o eixo y em –y1. Elas também sempre se cruzam sobre eixo x, no ponto x1.

Sim, estas retas são concorrentes. Como podemos fazer para torna-las paralelas? Bom, simples: é só fazer x1 tender a infinito. Desta forma, podemos dizer que as retas paralelas são na verdade retas concorrentes que se cruzam no infinito. Isso pode ser facilmente feito progressivamente, para vários valores de x1, como fiz no gráfico abaixo:

Neste gráfico, eu fiz y­1 = 10 fixo, e fiz x1 ir aumentando até o infinito (i.e., a um número significativamente grande). As retas marrons se cruzam em x = 10. As azuis em x = 50. As laranjas em x = 200. As verdes em x = 800. E finalmente as vermelhas em x = infinito.

O que eu fiz aqui é basicamente um processo de limite: fiz o ponto x1 tender a infinito, verificando a inclinação das retas no processo. Esta inclinação decresce na medida em que fazemos x1 tender a infinito, como visto na figura.

Podemos demonstrar que as retas paralelas se tocam no infinito de forma mais formal – podemos encontrar a equação que determina a inclinação de uma reta genérica do tipo abaixo e verificar o que acontece quando x1 tende a infinito. Seja a reta y(x):

Sua inclinação (m) é dada pela tangente do ângulo que a reta forma com o eixo x, ou seja:

onde alfa é o ângulo que a reta faz com o eixo x e dy/dx é a derivada da equação (ambos significam a mesma coisa – a derivada é a taxa de variação da reta, que neste caso é uma constante: m = tan α).

Quando uma reta é paralela ao eixo x, i.e., é paralela a outra reta que também é paralela ao eixo x, de equação similar, mas simétrica a este eixo (como f(x) e g(x) são), sua tangente tende a zero, pois o ângulo com o eixo passa a ser 180 graus (ou zero graus). Tangente de 180 graus é zero – lembre-se o círculo trigonométrico!

Desta forma, quando x1 tender a infinito, m tenderá a zero. Formalmente:

independente do valor de a. Isto porque qualquer número dividido por um numero extremamente grande retorna um resultado muito pequeno. Se este número for tão grande quanto se queira, a divisão retorna um resultado nulo – zero.

Sabemos que o ângulo que produz uma tangente zero é 180 (ou zero, ou um múltiplo par de 180 graus). Ou seja, quando o ponto de intersecção x1 tende a infinito, as retas tendem a se tornarem paralelas ao eixo x (e uma a outra).

Portanto, as retas paralelas são aquelas que se encontram no infinito.


"é mais fácil acreditar nisso."



http://radiacaodefundo.haaan.com

retirado deste site

terça-feira, 26 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Don't Let Me Down

Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down

Nobody ever loved me like she does
Oooo she does..yes she does
And if somebody loved me like she do me
Yes she do me Yes she does

Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down

I'm in love for the first time
Don't you know it's gonna last
I'ts a love that lasts forever
It's a love that has no past

Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down

And from the first time that she really done me
Oooo she done me she done me good
I gues nobody ever really done me
Ooo she done me...she done me good

Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down

segunda-feira, 4 de julho de 2011

SNUFF - SLIPKNOT

Bury all your secrets in my skin
Come away with innocence, and leave me with my sins
The air around me still feels like a cage
And love is just a camouflage for what resembles rage again...

So if you love me, let me go
And run away before I know
My heart is just too dark to care
I can't destroy what isn't there
Deliver me into my Fate
If I'm alone I cannot hate
I don't deserve to have you...
Uh, my smile was taken long ago
If I can change I hope I never know

I still press your letters to my lips
And cherish them in parts of me that savor every kiss
I couldn't face a life without your light
But all of that was ripped apart... when you refused to fight.

So save your breath, I will not hear
I think I made it very clear
You couldn't hate enough to love
Is that supposed to be enough?
I only wish you weren't my friend
Then I could hurt you in the end
I never claimed to be a Saint...
Uh, my own was banished long ago
It took the Death of Hope to let you go

So break yourself against my stones
And spit your pity in my soul
You never needed any help
You sold me out to save yourself
And I won't listen to your shame
You ran away - You're all the same
Angels lie to keep control...
Uh, my love was punished long ago
If you still care, don't ever let me know
If you still care, don't ever let me know...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Torna-se um animal novamente


E seus olhos converteram-se em sangue. E a sede pela morte o apoderou.

Há muito tempo não se sentia assim. Há muito tempo descansava em arriscada calmaria. Mas agora despertou novamente, e com toda fúria caçará suas presas. Como lobo não descansará. Vencerá em resistência até que sua Fome seja saciada.

Torna-se um animal novamente.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Hey You - Pink Floyd

Hey you
Out there in the cold
Getting lonely, getting old
Can you feel me?

Hey you
Standing in the aisle
With itchy feet and fading smile
Can you feel me?

Hey you
Don't help them to bury the light
Don't give in, without a fight

Hey you
Out there on your own
Sitting naked by the phone
Would you touch me?

Hey you
With your ear against the wall
Waiting for someone to call out
Would you touch me?

Hey you
Would you help me to carry the stone?
Open your heart, I'm coming home

But it was only, fantasy
The wall was too high, as you can see
No matter how he tried, he could not break free
And the worms ate into his brain

Hey you
Out there on the road
Always doing what you're told
Can you help me?

Hey you
Out there beyond the wall
Breaking bottles in the hall
Can you help me?

Hey you
Don't tell me there's no hope at all
Together we stand, divided we fall

domingo, 29 de maio de 2011

O Teatro

O teatro lúdico! Cadeira em jacarandá revestido. Tecido manchado e rasgado. Trilhas artísticas de cupim faminto. Hora de o louco homem anunciar o início da peça! Pó branco mal aplicado em apenas um dos lados do rosto caindo e sujando o smoking que aparentemente o acompanha por vários anos. Imagino que no camarim não tenha espelhos. Impaciente, minha mão transpira e mancha o apoio de braço da cadeira. Sinto uma tábua solta sob meus pés. O ator começa a entrar arrastando uma das pernas como se não já contasse mais com a ajuda da mesma. A música se inicia. Som de vitrola. O ator chega ao centro do palco. Olho para os lados e vejo que nessa noite a casa está vazia. Na verdade bem vazia. Somente eu na platéia e bem ao fundo uma velha senhora com as marcas do tempo expostas em sua postura. A iluminação do palco é ruim, mas mesmo assim consigo reparar uma grande semelhança fisionômica com o ator. Isso gerou um certo mal-estar. Procuro novamente a velha, mas ela já não se encontra mais. Sou eu... O ator sou eu! Olho para o chão e vejo a velha deitada próximo a mim com uma estranha lâmina na mão. Tirara sangue em minha perna. O ator começa a recitar histórias passadas. Começa a contar minha vida, desde a infância até os dias de hoje. Tento sair do local, mas o corte da perna me prejudica. A velha acertou um tendão. Sinto o sangue descer. Muita dor. O ator caminha focando o olhar em mim como a exigir mais atenção. Desprezo. Conta histórias aumentando um pouco mais o tom de voz. Desprezo. Caminho para o corredor central. Minha perna não obedece e começo sentir a necessidade de arrastá-la. Lembro da velha. Maldita velha! Por que esqueci dela? Continuo caminhando. O ator começa a contar histórias que desconheço. Isso me assusta ainda mais. O contexto e as pessoas envolvidas eu conhecia. Não conhecia a história, pois ainda não havia vivenciado as mesmas. Eram histórias que estavam por acontecer. Assustado, olho para o ator e vejo que ele não está como antes. Está agora em uma cadeira de rodas, tossindo, fraco, me encarando e sorrindo. Sujo, mal arrumado. Magro. Aquilo me assusta. Vejo que na minha mão existe uma arma. Não tenho armas. O ator continua contando as histórias. Vi a velha ao lado do ator. Com uma lâmina aparentemente cega ela tenta rasgar a perna do ator tentando gerar um corte mais profundo. O ator apenas sorri dando para ver a dor que sente. Mas ele não para de contar histórias. Chego próximo do palco. Ouço a respiração da velha. Ainda não estou tão perto para isso. Aquela situação começa a me enlouquecer. O ator volta a recitar em um tom de voz mais alto intercalado risadas insanas. Minhas histórias? Que se dane! Descarreguei o tambor de munição no peito do ator. Fiz calar. A velha se assustou e recuou. Não pensei em matar a velha. Não sei por qual motivo. As paredes do teatro começaram a se rasgar. Eram de papel. As cadeiras se desmancharam. Também eram de papel. Minha perna ainda dói. Não consigo lembrar das histórias contadas pelo ator. Fui embora. Caminhei arrastando minha perna como se não já contasse mais com a ajuda da mesma.