terça-feira, 20 de novembro de 2012

folhas secas


O vento trouxe aos meus ouvidos uma doce voz. Correu apressado por entre as montanhas. As árvores sacudiram suas copas em alegria, dançando conduzidas por ele. Os lagos arrepiaram-se em vê-lo.

Louco vento que chega notável de tão longe! Trouxera um sorriso bem guardado?

Nos bosques cantaram e se alegraram. Dançaram felizes. - O vento chegou cantando a melodia! Labaredas de fogo dançaram com ele, estalaram e gritaram – o vento chegou!

Conversei com o vento sussurrando palavras não entoadas, mas, maldito vento, por quê? Por que seu recado não foi de alegria e sim de tristeza?

Vá vento louco destruidor! Vá e leve um recado de pranto de alma. Grite rasteiro por entre os troncos de árvores. Elas não mais dançarão com você.
Corra novamente apressado por entre as montanhas, mas corra baixo e leve daqui apenas folhas secas. Vá expulso, pois veio sem convite. Saia daqui.

A calma brisa trouxe aos meus ouvidos uma doce voz. Andou com elegância por entre as montanhas. As árvores acalmaram suas copas e tranquilizaram suas almas.

Doce brisa que chega tão silenciosa trazendo paz. Trouxera um sorriso bem guardado? 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

... nada seria

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, 
e não tivesse amor, 
seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, 
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, 
e ainda que tivesse toda a fé, de tal maneira que transportasse os montes, 
e não tivesse amor, 
nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, 
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
 e não tivesse amor, 
nada disso me aproveitaria." 



domingo, 12 de agosto de 2012

Vinte e um anos ainda não se passaram...


Perdi o motivo da minha calma. Perdi tudo que alimentava meu lado oposto à tensão. Sinto o meu redor completamente negro. O sol se esconde atrás das nuvens para não criar incômodo.

Preciso vomitar. Vulcão contando segundos para erupção. Guardando uma lava incandescente queimando todo o corpo. Preciso me acalmar, sair daqui, mudar novamente.

Vida curta, sombria, tensa. Tenho certeza que nunca contarei histórias de ninar para meus netos. Não é pra mim. 

Chamam-me próximo ao portão de acesso à Estrada de Ida. Chamam meu nome – talvez eu realmente deva ir. – Minha alma ouve os sussurros e se inquieta. Confunde-se e perde a razão. Esperar por mais cinco anos para ter certeza do Contrato? 

Por quê?

domingo, 20 de maio de 2012

O sol e a lua


Ele a acaricia, deitada com a cabeça sobre sua perna ele mexe no cabelo dela, acaricia fazendo-a descansar. Ela suspira, com os olhos fechados sente paz. Ele lamenta, porque vê no canto de sua boca que já não mais tinha seu amor. Ela finge estar, mas controla as horas passando.

O céu despreza o pôr do sol, vermelho de vergonha, pois ela já se mostra na noite. Linda notável Lua Cheia.
Ele se vira, abaixa a cabeça. Não tem força para lutar, decide não lutar. Não imagina o quanto será difícil. Sentado lá ele se perde e não vê o tempo passar. Ela dorme. Ele sabe que isso vai acabar. Ele se perde, se despede.

Andando sozinho nessa noite fria ele percebe com maior intensidade o vento vindo por todos os lados rasgando sua pele. Não pára. A estrada é longa e o tempo é curto. Não pára. Não se vira, não abaixa a cabeça novamente.

Deixa para trás a memória e prossegue caminhando. Têm na mente as lutas perdidas e, também, as vitórias, mas não mais as têm como repertório de experiência. Entra em novas guerras como aprendiz desprovido de experiência para saborear com maior prazer a incerteza do resultado. Suicida.

Deixa para trás as alegrias e dores. Não mais importa. Busca novas alegrias e novas dores para suprir o que se perdeu.

O céu proíbe o sol de se apresentar novamente para não perder o encantamento da Lua enquanto dança imponente entre os astros. Linda notável Lua Cheia.

O sol se foi e não mais voltou.

sábado, 28 de abril de 2012

Planície Verdejante

Um copo vazio, uma garrafa vazia. Nada mais sobre a mesa. Não me lembro em qual mundo tomei a última dose.

Um olhar vazio... nessas horas é possível ouvir o vento. O tempo torna-se abstrato. Caminho dentro de minha mente vendo vários "Eu" caminhando perdidos sem se comunicarem uns com os outros. Sem rostos, sem fala, sem expressão, pisando em suas próprias máscaras caídas ao chão. 

Planície verdejante! Como gostaria de encontrá-la novamente!

Fogem de mim quando passo por eles. Por acaso não sabem que sou apenas mais um "Eu"?

A noite chega sempre umas três vezes ao dia. Avalio meu batimento cardíaco. Avalio minhas pupilas. Avalio o tremor de minhas mãos. Mais uma dose para hidratar minha amnésia.

Planície verdejante! Não sei mais onde...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

droga veneno medicamento

Sou a química que corre dentro de suas veias. O que te alucina.
Sou a falta que você sente. Negado e odiado. As vezes até desprezado.

Mas por favor me diga que ficará bem sem mim.

Diga que estará feliz sem mim. Que jamais confundirá felicidade a simples alegrias momentâneas.

Diga que não precisa mais de mim, e realmente não precisará.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

quando os remédios pararam de fazer efeito


Eu devia ter reparado que tudo havia mudado. Distraí-me. Não percebi quando os remédios pararam de fazer efeito e comecei a automedicação aumentando a cada dia a dose. Devia ter percebido. Errei.

A Morte chegou sorrateira e pôs-me a acostumar com sua presença. Andou comigo por todos esses anos ganhando minha confiança. Andou em paz sem pelejar contra mim. Esperou a hora certa.

Vinte e um anos se passaram dos últimos vinte e um. O contrato não foi renovado. Fui dispensado. Entregaram-me a ela.  

Não se preocupe comigo. Esta noite não voltarei para casa, mas não se preocupe comigo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Medo da Chuva - Raul Seixas


É pena que você pense
Que eu sou seu escravo
Dizendo que eu sou seu marido
E não posso partir

Como as pedras imóveis na praia
Eu fico ao seu lado sem saber
Dos amores que a vida me trouxe
E eu não pude viver

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar

Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar

Eu não posso entender
Tanta gente aceitando a mentira
De que os sonhos desfazem aquilo
Que o padre falou

Porque quando eu jurei meu amor
Eu traí a mim mesmo, hoje eu sei
Que ninguém nesse mundo
É feliz tendo amado uma vez...
Uma vez

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar

Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que
Choram sozinhas no mesmo lugar

Vendo as pedras que
Choram sozinhas no mesmo lugar
Vendo as pedras que
Sonham sozinhas no mesmo lugar

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Turn the Page - Metallica


On a long and lonesome highway east of omaha

You can listen to the engines moaning out as one long song
You think about the woman or the girl you knew the night before

But your thoughts will soon be wandering the way they always do
When you're riding sixteen hours and there's nothing much to do
And you don't feel much like riding, you just wish the trip wasthrough

Here I am - on the road again
There I am - up on the stage
Here I go - playing star again
There I go - turn the page

So you walk into this restaurant strung out from the road
And you feel the eyes upon you, as you're shaking off the cold
You pretend it doesn't bother you, but you just want to explode

Yeah, most times you can't hear 'em talk, other times you can
All the same old clichés, "is it woman? is it man?"
And you always seem outnumbered, you don't dare make a stand
Make your stand

Here I am - on the road again
There I am - up on the stage
Here I go - playing star again
There I go - turn the page

Oo-ooh, out there in the spotlight, you're a million miles away
Every ounce of energy you try to give away
As the sweat pours out your body like the music that you play,yeah

Later in the evening, you lie awake in bed
With the echoes of the amplifiers ringing in your head
You smoke the day's last cigarette, remembering what she said
What she said

He-ey

Yeah
And here I am - on the road again
There I am - up on a stage
Here I go - playing star again
There I go - turn the page
There I go - turn that page
There I go, yeah, yeah
There I go, yeah, yeah
There I go, yeah
There I go, yeah
There I go, oo-oo-ooh
There I go
And I'm gone