sábado, 29 de março de 2014

Olhos

Estou perdendo a visão. Perdendo aos poucos... mas já se faz notar. Andando sem rumo esbarrando em objetos andantes. Não por falta de Norte, mas por falta de perspectivas.
Prefiro cada vez mais minha audição, meu oufato. Esforçando para ouvir sua voz que vem de tão longe, sentir seu perfume suavisado na brisa.
Prefiro não ver. De fato, prefiro não ver.
Imerso em um mundo escuro, oprimido, mesmo assim me desligo.
Minha visão não te alcança. Para que servem, então, meus olhos?

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Let Her Go - Passenger

Well, you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun when it’s starts to snow
Only know you love her when you let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go
And you let her go
Staring at the bottom of your glass
Hoping one day you'll make a dream last
'Cuz dreams come slow and they go so fast
You see her when you close your eyes
Maybe one day you'll understand why
Everything you touch surely, it dies
But you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun, when it’s starts to snow
Only know you love her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you’ve let her go
Staring at the ceiling in the dark
Same ol’ empty feeling in your heart
'Cuz love comes slow and it goes so fast
Well, you see her when you fall asleep
But to never to touch and never to keep
'Cuz you loved her to much
And you dive too deep
'Cuz you only need the light when it’s burning low
Only miss the sun, when it’s starts to snow
Only know you love her when you’ve let her go
Only know you’ve been high when you’re feeling low
Only hate the road when you’re missin’ home
Only know you love her when you've let her go

And you let her go

terça-feira, 20 de novembro de 2012

folhas secas


O vento trouxe aos meus ouvidos uma doce voz. Correu apressado por entre as montanhas. As árvores sacudiram suas copas em alegria, dançando conduzidas por ele. Os lagos arrepiaram-se em vê-lo.

Louco vento que chega notável de tão longe! Trouxera um sorriso bem guardado?

Nos bosques cantaram e se alegraram. Dançaram felizes. - O vento chegou cantando a melodia! Labaredas de fogo dançaram com ele, estalaram e gritaram – o vento chegou!

Conversei com o vento sussurrando palavras não entoadas, mas, maldito vento, por quê? Por que seu recado não foi de alegria e sim de tristeza?

Vá vento louco destruidor! Vá e leve um recado de pranto de alma. Grite rasteiro por entre os troncos de árvores. Elas não mais dançarão com você.
Corra novamente apressado por entre as montanhas, mas corra baixo e leve daqui apenas folhas secas. Vá expulso, pois veio sem convite. Saia daqui.

A calma brisa trouxe aos meus ouvidos uma doce voz. Andou com elegância por entre as montanhas. As árvores acalmaram suas copas e tranquilizaram suas almas.

Doce brisa que chega tão silenciosa trazendo paz. Trouxera um sorriso bem guardado? 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

... nada seria

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, 
e não tivesse amor, 
seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, 
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, 
e ainda que tivesse toda a fé, de tal maneira que transportasse os montes, 
e não tivesse amor, 
nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, 
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
 e não tivesse amor, 
nada disso me aproveitaria." 



domingo, 12 de agosto de 2012

Vinte e um anos ainda não se passaram...


Perdi o motivo da minha calma. Perdi tudo que alimentava meu lado oposto à tensão. Sinto o meu redor completamente negro. O sol se esconde atrás das nuvens para não criar incômodo.

Preciso vomitar. Vulcão contando segundos para erupção. Guardando uma lava incandescente queimando todo o corpo. Preciso me acalmar, sair daqui, mudar novamente.

Vida curta, sombria, tensa. Tenho certeza que nunca contarei histórias de ninar para meus netos. Não é pra mim. 

Chamam-me próximo ao portão de acesso à Estrada de Ida. Chamam meu nome – talvez eu realmente deva ir. – Minha alma ouve os sussurros e se inquieta. Confunde-se e perde a razão. Esperar por mais cinco anos para ter certeza do Contrato? 

Por quê?

domingo, 20 de maio de 2012

O sol e a lua


Ele a acaricia, deitada com a cabeça sobre sua perna ele mexe no cabelo dela, acaricia fazendo-a descansar. Ela suspira, com os olhos fechados sente paz. Ele lamenta, porque vê no canto de sua boca que já não mais tinha seu amor. Ela finge estar, mas controla as horas passando.

O céu despreza o pôr do sol, vermelho de vergonha, pois ela já se mostra na noite. Linda notável Lua Cheia.
Ele se vira, abaixa a cabeça. Não tem força para lutar, decide não lutar. Não imagina o quanto será difícil. Sentado lá ele se perde e não vê o tempo passar. Ela dorme. Ele sabe que isso vai acabar. Ele se perde, se despede.

Andando sozinho nessa noite fria ele percebe com maior intensidade o vento vindo por todos os lados rasgando sua pele. Não pára. A estrada é longa e o tempo é curto. Não pára. Não se vira, não abaixa a cabeça novamente.

Deixa para trás a memória e prossegue caminhando. Têm na mente as lutas perdidas e, também, as vitórias, mas não mais as têm como repertório de experiência. Entra em novas guerras como aprendiz desprovido de experiência para saborear com maior prazer a incerteza do resultado. Suicida.

Deixa para trás as alegrias e dores. Não mais importa. Busca novas alegrias e novas dores para suprir o que se perdeu.

O céu proíbe o sol de se apresentar novamente para não perder o encantamento da Lua enquanto dança imponente entre os astros. Linda notável Lua Cheia.

O sol se foi e não mais voltou.

sábado, 28 de abril de 2012

Planície Verdejante

Um copo vazio, uma garrafa vazia. Nada mais sobre a mesa. Não me lembro em qual mundo tomei a última dose.

Um olhar vazio... nessas horas é possível ouvir o vento. O tempo torna-se abstrato. Caminho dentro de minha mente vendo vários "Eu" caminhando perdidos sem se comunicarem uns com os outros. Sem rostos, sem fala, sem expressão, pisando em suas próprias máscaras caídas ao chão. 

Planície verdejante! Como gostaria de encontrá-la novamente!

Fogem de mim quando passo por eles. Por acaso não sabem que sou apenas mais um "Eu"?

A noite chega sempre umas três vezes ao dia. Avalio meu batimento cardíaco. Avalio minhas pupilas. Avalio o tremor de minhas mãos. Mais uma dose para hidratar minha amnésia.

Planície verdejante! Não sei mais onde...